Feliz quem segue o bom caminho


1


1 Feliz quem não segue o conselho dos maus, não anda pelo caminho dos pecadores nem

toma parte nas reuniões dos zombadores,

2 mas na lei do Senhor encontra sua alegria e nela medita dia e noite.

3 Ele será como uma árvore plantada à beira de um riacho, que dá fruto no devido tempo; suas

folhas nunca murcham; e em tudo quanto faz sempre tem êxito.

4 Os maus, porém, não são assim; são como a palha carregada pelo vento.

5 Por isso não poderão enfrentar o julgamento e os pecadores não têm vez na reunião dos

justos.

6 Pois o Senhor protege a caminhada dos justos, mas o caminho dos maus leva à desgraça.


Servi ao Senhor com reverência


2


1 Por que as nações se revoltam, e os povos conspiram em vão?

2 Os reis da terra se insurgem e os poderosos fazem aliança contra o Senhor e contra seu

Ungido:

3 “Vamos quebrar suas correntes e libertar-nos da sua opressão!”

4 Aquele que está nos céus se ri deles, zomba deles o Senhor.

5 Então, cheio de ira, vai dizer-lhes, apavorando-os com seu furor:

6 “Já o estabeleci como meu rei sobre Sião, meu santo monte!”

7 Vou proclamar o decreto do Senhor: Ele me disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei!

8 Pede-me e te darei como herança as nações, e como tua posse os confins da terra.

9 Tu as governarás com cetro de ferro, tu as quebrarás como a potes de barro”.

10 Agora, pois, tomai cuidado, ó reis, aceitai este aviso, governantes da terra:

11 Servi ao Senhor com reverência

12 e prestai-lhe homenagem com tremor, para que não se irrite e pereçais pelo caminho, pois

sua ira se inflama de repente. Felizes os que nele se abrigam!


O Senhor me sustenta


3


1 [Salmo de Davi, quando fugia de seu filho Absalão.]

2 Ó Senhor, como são numerosos meus adversários! São muitos os que se erguem contra

mim;

3 muitos dizem a meu respeito: “Deus não lhe dará a salvação!”

4 Mas tu, ó Senhor, és minha defesa, és a minha glória, tu que ergues a minha cabeça.

5 Quando com minha voz eu invoquei o Senhor, ele me respondeu do seu santo monte.

6 Eis que me deito e durmo, e me acordo, pois o Senhor me sustenta.

7 Não tenho medo da multidão de gente que se lança contra mim de todo lado.

8 Levanta-te, Senhor, salva-me, ó Deus. Fere na face a todos os meus inimigos; quebra os

dentes dos ímpios.

9 Do Senhor é a salvação. Sobre o seu povo desça a sua bênção.


O Senhor me dá segurança


4


1 [Ao mestre do coro. Com instrumentos de corda. Salmo de Davi.]

2 Quando te invoco, responde-me, ó meu Deus justiceiro; na angústia liberta-me; tem piedade

de mim e ouve minha oração.

3 Ó raça humana, até quando ofendereis minha glória, amareis a vaidade, buscareis a mentira?

4 Sabei que o Senhor fez maravilhas em favor de seu amigo; o Senhor escuta quando lhe

dirijo meu apelo.

5 Tremei e não pequeis; refleti no silêncio do vosso leito.

6 Oferecei sacrifícios legítimos e tende confiança no Senhor.

7 Muitos dizem: “Quem nos fará provar o bem?” Levanta sobre nós, Senhor, a luz da tua face.

8 Deste mais alegria ao meu coração do que àqueles que têm muito trigo e vinho.

9 Em paz, logo que me deito, adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes descansar com

segurança.


O Senhor abençoa o justo


5


1 [Ao maestro do coro. Com flautas. Salmo de Davi.]

2 Escuta, Senhor, as minhas palavras, atende a meu clamor;

3 fica atento à voz da minha prece, meu Rei e meu Deus.

4 Pois a ti suplico, Senhor, já de manhã ouves a minha voz, bem cedo te invoco e fico

esperando.

5 Pois não és um Deus que gosta da maldade; o mau não encontra em ti acolhida;

6 os insolentes não agüentam ficar na tua presença.

7 Odeias todos os que fazem o mal, destróis os que falam mentira. O Senhor abomina quem

derrama sangue ou comete fraude.

8 Eu, porém, confiado na tua grande piedade entro em tua casa, me prostro diante do teu santo

templo no teu temor.

9 Senhor, guia-me na tua justiça, por causa dos meus inimigos aplana à minha frente teu

caminho.

10 Pois não existe na boca deles sinceridade, seu coração é perverso, sua garganta é um

sepulcro aberto, usam a língua para adular.

11 Castiga-os, ó Deus! que fracassem seus planos, em razão de seus muitos crimes rejeita-os,

já que se revoltam contra ti.

12 Mas que se alegrem todos os que em ti se refugiam, exultem para sempre; Tu os proteges e

em ti se rejubilem os que amam o teu nome.

13 Pois abençoas o justo, ó Senhor; como um escudo o cobre tua bondade.


Senhor, livra-me do mal


6


1 [Ao maestro do coro. Com instrumentos de corda. Na oitava. Salmo de Davi.]

2 Senhor, não me repreendas em tua ira, nem me castigues em tua indignação.

3 Tem piedade de mim, Senhor, pois perdi as forças; cura-me, Senhor, pois meus ossos estão

abalados,

4 e minha alma está aflita ao extremo. Mas tu, Senhor, até quando?

5 Volta, Senhor, livra a minha alma, salva-me em tua piedade.

6 Pois na morte ninguém se lembra de ti, quem te louvará na mansão dos mortos?

7 Meu gemido me faz desfalecer, inundo de pranto meu catre toda noite e banho de lágrimas

meu leito.

8 A tristeza perturba meus olhos, já envelheço entre tantos inimigos.

9 Afastai-vos de mim, todos vós malfeitores, pois o Senhor ouviu a voz do meu pranto.

10 O Senhor ouviu a minha súplica, o Senhor acolheu minha oração.

11 Fiquem confusos e conturbados todos os meus inimigos, voltem para trás, num instante se

retirem.


O Senhor é o juiz dos povos


7


1 [Lamento de Davi, que ele cantou diante do Senhor por causa das palavras do benjaminita

Cuch.]

2 Senhor, meu Deus, em ti me refugio, salva-me e livra-me de quem me persegue,

3 se não, agarram minha alma como um leão, me devoram e ninguém me socorre.

4 Senhor, meu Deus, se agi assim, se há crime em minhas mãos,

5 se paguei com o mal o meu amigo, ou despojei meu inimigo sem razão,

6 o inimigo me persiga e me atinja, pise ao chão a minha vida e lance minha honra ao pó.

7 Levanta-te, Senhor, na tua ira, ergue-te contra a fúria dos meus inimigos, e exerce em meu

favor a justiça que mandaste.

8 A assembléia dos povos te rodeie, alto sobre ela te assentas.

9 O Senhor é o juiz dos povos. Defende o meu direito, ó Senhor, conforme a justiça e a

inocência que há em mim.

10 Põe fim à maldade dos ímpios, e confirma o justo, tu que sondas mente e coração, ó Deus

justo.

11 A minha defesa está em Deus, ele salva os que têm o coração reto.

12 Deus é um justo juiz, todo dia se acende a sua ira.

13 Acaso não afiará de novo a espada, retesará e apontará o arco?

14 Preparou flechas mortíferas, fez ardentes suas flechas.

15 Vede: o ímpio gera a iniqüidade: está grávido da malícia, dará à luz desilusão.

16 Abriu uma cisterna e escavou-a e caiu no buraco que ele mesmo fez.

17 Que sua malícia lhe recaia na cabeça, e sobre seu crânio lhe caia o próprio crime.

18 Darei graças ao Senhor por sua justiça e cantarei salmos ao nome do Senhor Altíssimo.


O ser humano na criação


8


1 [Ao maestro do coro. Para harpa de Gat. Salmo de Davi.]

2 Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso teu nome em toda a terra! Sobre os céus se eleva a

tua majestade!

3 Da boca das crianças e dos lactentes te procuras um louvor contra os teus adversários, para

reduzir ao silêncio o inimigo e o rebelde.

4 Quando olho para o teu céu, obra de tuas mãos, vejo a lua e as estrelas que criaste:

5 Que coisa é o ser humano, para dele te lembrares, o filho do homem, para o visitares?

6 No entanto o fizeste só um pouco menor que um deus, de glória e de honra o coroaste.

7 Tu o colocaste à frente das obras de tuas mãos. Tudo puseste sob os seus pés:

8 todas as ovelhas e bois, todos os animais do campo,

9 as aves do céu e os peixes do mar, todo ser que percorre os caminhos do mar.

10 Ó Senhor, Senhor nosso, como é glorioso o teu nome em toda a terra!


O Senhor julga o mundo com justiça


9



(9A)

1 [Ao maestro do coro. Conforme a melodia “Morrer pelo filho”. Salmo de Davi.]

2 Quero te dar graças, Senhor, de todo o coração, proclamar todas as tuas maravilhas,

3 alegrar-me e exultar em ti, cantar salmos ao teu nome, ó Altíssimo.

4 Os meus inimigos recuaram, da tua presença fugiram e pereceram.

5 Pois sustentaste meu direito e minha causa, sentaste no teu trono como justo juiz.

6 Ameaçaste os gentios, aniquilaste o ímpio, destruíste para todo o sempre o nome deles.

7 Liquidaste meus inimigos, são ruínas para sempre, suas cidades destruíste, acabou sua

lembrança.

8 Eis que o Senhor se sentará para sempre, preparou o seu trono para o juízo.

9 Ele julga o mundo com justiça, governa as nações com eqüidade.

10 O Senhor será uma fortaleza para o oprimido, uma fortaleza nos tempos de angústia.

11 Confiará em ti quem conhece teu nome, pois nunca abandonas os que te buscam, Senhor.

12 Cantai salmos ao Senhor que habita em Sião, anunciai entre as nações as suas obras.

13 Pois o vingador do sangue deles se lembrou, não esqueceu o clamor dos pobres.

14 Piedade de mim, Senhor, vê a aflição que me causaram meus perseguidores, tira-me das

portas da morte,

15 para que eu possa cantar todos os teus louvores nas portas da filha de Sião, exultar com o

teu socorro.

16 As nações se afundaram no fosso que cavaram, na rede que armaram o pé deles ficou

preso.

17 O Senhor se manifestou, exerceu o juízo, o ímpio foi apanhado na sua armadilha.

18 Que se afastem os ímpios para o abismo todas as gentes que não se lembram de Deus!

19 O pobre não ficará esquecido para sempre, a esperança dos pobres jamais se perderá.

20 Levanta-te, Senhor, não prevaleça o homem, as nações sejam julgadas na tua presença.

21 Incute, Senhor, neles o temor, sintam as nações que são mortais.


Deus, ergue a tua mão!


10


(9B)

1 Senhor, por que estás tão longe e te escondes no tempo da angústia?

2 Com soberba o ímpio oprime o pobre, sejam apanhados nas intrigas que tramaram.

3 O ímpio se gloria da cupidez da sua alma, o avaro se felicita, mas despreza o Senhor.

4 O ímpio no seu luxo soberbo diz: “Ele não repara”, “Deus não existe”, eis o que pensa.

5 Seus caminhos prosperam o tempo todo, teus juízos estão bem longe da sua vista, desafia

com desprezo quem se lhe opõe.

6 Diz consigo mesmo: “Não vacilarei, de geração em geração não serei infeliz”.

7 A boca dele está cheia de maldição, de fraude e de usura, debaixo de sua língua está

opressão e iniqüidade.

8 Espreita nos acampamentos, para matar às ocultas o inocente.

9 Seus olhos espiam o infeliz, arma insídias na surdina, como um leão na moita, tocaia, para

atacar o fraco, para agarrá-lo e prendê-lo em sua rede.

10 Espreita-o, espera e se curva, e caem nas suas garras os fracos.

11 Diz consigo mesmo: “Deus se esqueceu, desviou o rosto, ele não vê mais”.

12 Levanta-te, Senhor! Deus, ergue a tua mão! Não te esqueças dos pobres!

13 Com que direito pode o ímpio desprezar a Deus e dizer consigo mesmo: “Não vás

investigar!”?

14 Viste a fadiga e a aflição, e estás atento para dar-lhes a paga. A ti se entrega o infeliz,

para o órfão és um protetor.

15 Quebra o braço do ímpio e do malvado castiga a impiedade, até nada mais encontrar.

16 O Senhor é rei pelos séculos eternos, os orgulhosos são exterminados da sua terra!

17 Ouviste o desejo dos humildes, Senhor, fortaleces seu coração e o escutas,

18 para tutelares os direitos do órfão e do oprimido e não mais orgulhar-se o homem feito

de barro.


Confio no Senhor


11


(10)

1 [Ao maestro do coro. De Davi.] Confio no Senhor! Como podeis dizer-me:“Voa para um

monte como um pássaro!

2 Pois os inimigos retesam o arco, já põem sua flecha na corda, para ferir às ocultas os que

têm bom coração.

3 Se as bases são destruídas, que pode fazer o justo?”

4 O Senhor está na sua santa morada, no céu está o trono de Deus. Seus olhos observam,

suas pálpebras interrogam os seres humanos.

5 O Senhor examina o justo e o ímpio, mas ele odeia quem gosta de crimes.

6 Fará chover sobre os ímpios brasa, fogo e enxofre, e um vento quente é a porção do seu

cálice.

7 Pois justo é o Senhor, ele ama o que é justo, os bons contemplarão o seu rosto.


Tu, Senhor, nos proteges


12


(11)

1 [Ao maestro do coro. Na oitava. Salmo de Davi.]

2 ocorro, Senhor! Os bons estão acabando, está sumindo a lealdade entre os homens.

3 Falam mentiras uns com os outros, usam uma linguagem enganadora, de coração hipócrita.

4 O Senhor exterminará toda boca mentirosa, e a língua que fala com arrogância,

5 aqueles que dizem: “Por nossa língua somos fortes, o que falamos está em nosso poder;

quem é que manda em nós?”

6 “Por causa da miséria dos pobres, por causa do gemido dos necessitados agora me levanto”,

diz o Senhor; “levarei a salvação a quem a deseja”.

7 As promessas do Senhor são sinceras, como prata refinada, sete vezes depurada.

8 Tu, Senhor, nos proteges, para sempre nos livrarás dessa gente.

9 Os ímpios vagueiam por toda parte; e vai crescendo a vileza dos mortais.


Até quando, Senhor?


13


(12)

1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.]

2 Até quando, Senhor, me esquecerás para sempre? Até quando me ocultarás o teu rosto?

3 Até quando na minha alma experimentarei aflições, tristeza no coração a toda hora? Até

quando de mim triunfará o inimigo?

4 Olha, responde-me, Senhor, meu Deus, conserva a luz a meus olhos, para que eu não durma

o sono da morte,

5 para que meu inimigo não possa dizer: “Eu o venci!” e não exultem meus adversários se eu

vacilar.

6 Mas eu confiei na tua misericórdia. Alegre-se meu coração na tua salvação e cante ao

Senhor, pelo bem que me fez.


Deus salva o seu povo


14


(13)

1 [Ao maestro do coro. De Davi.] O insensato pensa: “Deus não existe!”. São corruptos,

fazem coisas abomináveis, ninguém mais faz o bem.

2 Do céu o Senhor se inclina sobre os homens para ver se existe um sábio, alguém que

procure a Deus.

3 Todos se extraviaram, são todos corruptos; ninguém mais faz o bem, nem um sequer.

4 Não entendem nada todos os malvados, que devoram meu povo como se fosse pão? Não

invocam o Senhor:

5 tremerão de pavor, porque Deus está com a estirpe do justo.

6 Quereis confundir as esperanças do mísero, mas o Senhor é seu refúgio.

7 Venha de Sião a salvação de Israel! Quando o Senhor mudar a sorte do seu povo, exultará

Jacó e Israel se alegrará.


Os puros verão a Deus


15


(14)


10

1 [Salmo de Davi.] Senhor, quem pode habitar na tua tenda? E morar no teu santo monte?

2 Aquele que vive sem culpa, age com justiça e fala a verdade no seu coração;

3 que não diz calúnia com sua língua, não causa dano ao próximo e não lança insulto ao

vizinho.

4 A seus olhos é desprezível o malvado, mas honra quem respeita o Senhor. Mesmo se jura

com prejuízo para si, não muda;

5 se empresta dinheiro é sem usura, e não aceita presentes para condenar o inocente. Quem

agir deste modo ficará firme para sempre.


Minha herança é o Senhor


16


(15)

1 [Miktam. Poema de Davi.] Protege-me, ó Deus: em ti me refugio.

2 Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor, fora de ti não tenho bem algum”.

3 Para os santos, que estão sobre a terra, homens nobres, é todo o meu amor.

4 Multiplicam-se as dores dos que correm atrás de outros deuses, não derramarei suas libações

de sangue, nem pronunciarei com meus lábios seus nomes.

5 O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice. Nas tuas mãos, a minha porção.

6 Para mim a sorte caiu em lugares deliciosos, maravilhosa é minha herança.

7 Bendigo o Senhor que me aconselhou; mesmo de noite meu coração me instrui.

8 Sempre coloco à minha frente o Senhor, ele está à minha direita, não vacilo.

9 Disso se alegra meu coração, exulta a minha alma; também meu corpo repousa seguro,

10 pois não vais abandonar minha vida no sepulcro, nem vais deixar que teu santo

experimente a corrupção,

11 O caminho da vida me indicarás, alegria plena à tua direita, para sempre.


Protege-me à tua sombra, Senhor


17


(16)

1 [Oração de Davi.] Acolhe, Senhor, minha justa causa, sê atento à minha súplica. Presta

ouvidos à minha prece: pois em meus lábios não há engano.

2 Venha de ti a minha sentença, os teus olhos vejam o que é justo.

3 Prova meu coração, sonda-o de noite, prova-me no fogo: em mim não encontrarás malícia.

4 A minha boca não se tornou culpada, conforme agem os homens; seguindo a palavra dos

teus lábios, evitei os caminhos do violento.

5 Meus passos se mantiveram firmes nos teus rastos, e meus pés não vacilaram.

6 Eu te invoco, meu Deus, dá-me resposta; presta ouvidos, escuta a minha voz.

7 Mostra-me os prodígios do teu amor; tu que salvas dos inimigos quem se refugia à tua

direita.

8 Guarda-me como a pupila dos olhos, protege-me na sombra das tuas asas,

9 diante dos ímpios que me oprimem, dos inimigos que me rodeiam com furor.

10 Eles fecharam seu coração insensível, suas bocas falam com arrogância.

11 Ei-los que avançam, me cercam, fixam os olhos para abater-me;

12 olham-me como um leão que quer a presa. Como um leãozinho na tocaia.

13 Surge, Senhor, enfrenta-o, abate-o; com tua espada livra-me dos ímpios,

14 com tua mão, Senhor, do reino dos mortos que não têm mais parte nesta vida. Sacia de tuas

reservas o ventre deles, que também seus filhos fiquem saciados e sobre para os filhos deles.

15 Mas eu pela justiça contemplarei o teu rosto, ao despertar me saciarei com tua presença.


Eu te amo, Senhor, minha força


18


(17)

1 [Ao maestro do coro. Do servo do Senhor, Davi, que dirigiu ao Senhor as palavras desse

cântico, no dia em que o Senhor o livrou de todos os seus inimigos e de Saul.

2 Ele disse:] Eu te amo, Senhor, minha força,

3 Senhor, meu rochedo, minha fortaleza, meu libertador; meu Deus, minha rocha, na qual me

refugio; meu escudo e baluarte, minha poderosa salvação.

4 Invoquei o Senhor, digno de todo louvor e fui salvo dos meus inimigos.

5 Ondas mortais me rodearam, torrentes de perdição me atacaram,

6 envolveram-me vínculos do inferno, prenderam-me laços de morte.

7 Na minha angústia invoquei o Senhor, ao meu Deus gritei por socorro; lá do seu templo ele

ouviu minha voz, chegou meu grito aos seus ouvidos.

8 Então a terra balançou e tremeu; vacilaram as bases dos montes, balançaram por causa da

sua ira.

9 Saiu fumaça de suas narinas, um fogo devorador saiu-lhe da boca, e dela surgiram brasas.

10 Ele inclinou os céus e desceu, com uma nuvem escura a seus pés.

11 Subiu num querubim e voou, pairando nas asas do vento.

12 Ao seu redor pôs as trevas como véu, e como tenda as águas escuras e espessas nuvens.

13 Diante do seu esplendor derramaram-se as nuvens, granizo e faíscas de fogo.

14 Do céu trovejou o Senhor, o Altíssimo soltou sua voz; granizo e faíscas de fogo.

15 lançou suas flechas e espalhou-os, multiplicou seus raios e os expulsou.

16 E apareceu o fundo do mar, desnudaram-se as bases do mundo, por causa de tua ameaça,

Senhor, e do vento de teu furor.

17 Lá do alto estendeu a mão e me tomou, tirou-me das águas profundas.

18 Livrou-me de inimigos muito fortes, e dos que me odiavam porque eram mais poderosos

que eu.

19 Assaltaram-me no dia da minha desgraça, mas o Senhor foi meu apoio.

20 Conduziu-me a um lugar seguro,salvou-me porque me ama.

21 O Senhor me tratou conforme a minha justiça, retribuiu-me segundo a pureza de minhas

mãos.

22 Pois tenho seguido os caminhos do Senhor, não me tenho afastado do meu Deus.

23 Tenho ante os olhos todas as suas leis, não afasto de mim seus preceitos.

24 Tenho sido correto com ele, atento para não pecar.

25 O Senhor me retribuiu conforme minha justiça, segundo a pureza de minhas mãos diante

de seus olhos.

26 Com quem é fiel, tu és fiel, com quem é correto, és correto;

27 és puro com quem é puro, mas astuto com quem é mau.

28 Pois tu salvas o povo humilde, mas humilhas os olhos arrogantes.

29 Senhor, tu acendes minha lâmpada; meu Deus, ilumina minhas trevas.

30 Sim, contigo sinto-me forte para o ataque, com o meu Deus venço qualquer barreira.

31 O caminho de Deus é perfeito, a palavra do Senhor é comprovada, ela é um escudo para

todos que nele buscam refúgio.

32 Pois quem é Deus senão o Senhor? Quem é um rochedo senão o nosso Deus?

33 Foi ele que me encheu de força e aplanou minha estrada,

34 deu-me pés velozes como os das corças e me faz estar seguro nas alturas;

35 treinou minhas mãos para a guerra e meus braços para tender o arco de bronze.

36 Tu me deste teu escudo salvador, tua mão direita é meu apoio, multiplicas sobre mim tua

bondade.

37 Fizeste-me avançar a largos passos,meus tornozelos não vacilaram.

38 Persegui meus inimigos e os alcancei, e não voltei atrás sem tê-los destruído;

39 esmaguei-os e não puderam reerguer-se, caíram debaixo dos meus pés.

40 De força me dotaste para o combate,dobraste diante de mim meus adversários.

41 Obrigaste meus inimigos a retirar-se, os que me odiavam, dispersaste.

42 Ninguém acudiu quando pediram socorro, gritaram ao Senhor, mas não os atendeu.

43 Eu os calquei como a poeira do chão, pisei neles como no barro das ruas.

44 Livraste-me das conjuras do povo, como chefe das nações me colocaste. Povos que eu não

conhecia são meus servos;

45 ouvem o que digo e obedecem. Os estrangeiros se inclinam diante de mim;

46 os povos estrangeiros caem exaustos, saem tremendo de seus refúgios.

47 Viva o Senhor e bendito o meu rochedo, seja exaltado o Deus meu salvador,

48 o Deus que me concedeu a vingança e submeteu a mim os povos;

49 libertou-me de inimigos furiosos, elevou-me acima dos meus agressores e livrou-me de

homens violentos.

50 Por isso te louvo, ó Senhor, entre os povos, e louvarei com cânticos o teu nome.

51 “Ele deu a seu rei grandes vitórias, foi bondoso com Davi, seu consagrado, e com a sua

descendência para sempre”


O testemunho do Senhor é verdadeiro


19


(18)

1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.]

2 Os céus narram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra de suas mãos.

3 O dia transmite ao dia a mensagem e a noite conta a notícia a outra noite.

4 Não é uma fala, nem são palavras, não se escuta a sua voz.

5 Por toda a terra difundiu-se a sua voz e aos confins do mundo chegou a sua palavra. Lá ele

armou uma tenda para o sol,

6 que surge como o esposo do quarto nupcial; exulta como um herói que percorre o caminho.

7 Ele nasce numa extremidade do céu e sua corrida alcança o outro extremo; nada escapa a

seu calor.

8 A lei do Senhor é perfeita, conforto para a alma; o testemunho do Senhor é verdadeiro, torna

sábios os pequenos.

9 As ordens do Senhor são justas, alegram o coração; os mandamentos do Senhor são retos,

iluminam os olhos.

10 O temor do Senhor é puro, dura para sempre; os juízos do Senhor são fiéis e justos,

11 mais preciosos que o ouro, que muito ouro fino, mais doces que o mel e que o licor de um

favo.

12 Também teu servo neles se instrui, para quem os observa é grande o proveito,

13 As inadvertências quem as descobre? Perdoa-me as culpas que não vejo.

14 Também do orgulho salva teu servo para que não me domine; então serei irrepreensível, e

imune do grande pecado.

15 Digna-te aceitar as palavras de minha boca, cheguem à tua presença os pensamentos do

meu coração. Senhor, meu rochedo e meu libertador.


Senhor, dá-nos a vitória


20


(19)

1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.]

2 Ouça-te o Senhor no dia da provação, proteja-te o nome do Deus de Jacó.

3 Do seu santuário te mande auxílio e de Sião te sustente.

4 Lembre-se de todos os teus sacrifícios e aceite teus holocaustos.

5 Que ele te conceda o que teu coração deseja, dê sucesso a todo projeto teu.

6 Para podermos exultar pela tua vitória, e desfraldar estandartes em nome do nosso Deus;

conceda-te o Senhor quanto lhe pedes.

7 Agora sei que o Senhor salva seu consagrado; respondeu-lhe do seu santo céu, com a força

vitoriosa de sua mão direita.

8 Uns confiam nos carros, outros nos cavalos, mas nossa força está no nome do Senhor nosso

Deus.

9 Eles vão tropeçar e cair, mas nós ficaremos firmes em pé.

10 Senhor, dá ao rei a vitória, atende-nos, quando te invocamos.


Vamos celebrar teu poder


21


(20)

1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.]

2 Senhor, o rei se alegra com teu poder, quanto exulta por tua salvação!

3 Realizaste o desejo do seu coração, não rejeitaste o pedido que fez.

4 Ao encontro dele vieste com venturosas bênçãos; na sua cabeça puseste uma coroa de puro

ouro.

5 Ele te pediu vida, e vida lhe deste, longos dias para sempre, sem fim.

6 Grande é sua glória pela tua salvação, de majestade e de honra o adornaste;

7 tu o fazes bendito para sempre, à tua presença o inundas de alegria.

8 Porque o rei confia no Senhor: a fidelidade do Altíssimo nunca o deixará abalar-se.

9 Tua mão alcance todos os teus inimigos, tua mão direita castiga os que te odeiam.

10 Como numa fornalha ardente os lançarás, no dia em que mostrares teu rosto. O Senhor os

aniquilará na sua ira, e o fogo os consumirá.

11 Farás sumir da terra seus descendentes. e sua posteridade dentre os mortais.

12 Se preparam para ti a desgraça, se tramam contra ti, nada poderão fazer,

13 porque tu os porás em fuga, com teu arco visarás sua face.

14 Levanta-te, Senhor, com tua força! Vamos cantar e celebrar teu poder.


Anunciarei teu nome a meus irmãos


22


(21)

1 [Ao maestro do coro. Conforme a melodia “A corça da aurora”. Salmo de Davi.]

2 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Ficas longe apesar do meu grito e das

palavras do meu lamento?

3 Meu Deus, te chamo de dia e não respondes, grito de noite e não encontro repouso.

4 Tu, porém, és o santo e habitas entre os louvores de Israel.

5 Em ti confiaram os nossos pais, confiaram e tu os libertaste;

6 a ti gritaram e foram salvos, esperando em ti não ficaram desiludidos.

7 Mas eu sou um verme, e não um homem, infâmia dos homens, desprezo do povo.

8 Zombam de mim todos os que me vêem, torcem os lábios, sacodem a cabeça:

9 “Confiou no Senhor, que ele o salve; que o livre, se é seu amigo”.

10 Foste tu que me fizeste sair do seio materno, me fizeste descansar sobre o peito de minha

mãe.

11 Quando nasci me acolheste, desde o seio materno tu és o meu Deus.

12 Não fiques longe de mim, pois a angústia está próxima e não há quem me ajude.

13 Rodeiam-me touros numerosos, cercam-me touros de Basã.

14 Escancaram contra mim sua boca como um leão que dilacera e ruge.

15 Como água sou derramado, deslocam-se todos os meus ossos. Meu coração se tornou

como de cera derrete-se no meio do meu peito.

16 Está seca minha garganta, como um caco, minha língua ficou colada ao paladar, na poeira

da morte me colocaste.

17 Um bando de cachorros me rodeia, assalta-me uma corja de marginais. Traspassaram

minhas mãos e meus pés,

18 posso contar todos os meus ossos. Eles me olham, me observam,

19 repartem entre si as minhas roupas sobre minha túnica tiram a sorte.

20 Mas tu, Senhor, não fiques longe, minha força, vem logo em meu socorro

21 Livra-me da espada, das unhas do cão salva a minha única vida.

22 Da boca do leão e dos chifres dos búfalos salva este pobre que sou eu.

23 Anunciarei o teu nome aos meus irmãos, vou te louvar no meio da assembléia.

24 Louvai o Senhor, vós que o temeis, que toda a raça de Jacó lhe dê glória, que o tema toda a

estirpe de Israel;

25 pois ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre; não lhe ocultou a sua face, mas

ao gritar por socorro o atendeu.

26 Tu és o meu louvor na grande assembléia, cumprirei meus votos diante dos seus fiéis.

27 Os pobres comerão e ficarão fartos, louvarão o Senhor os que o procuram: “Viva para

sempre o coração deles!”

28 Recordarão e voltarão ao Senhor todos os confins da terra: diante dele se prostrarão todas

as famílias dos povos.

29 Pois o reino pertence ao Senhor, ele domina sobre as nações.

30 Só diante dele se prostrarão os que dormem debaixo do chão; diante dele se curvarão os

que descem ao pó da terra. Quanto a mim, para ele viverei,

31 a ele servirá a minha descendência. Do Senhor se falará à geração futura;

32 anunciarão a sua justiça; dirão ao povo que vai nascer: “Eis a obra do Senhor!”


O Senhor é meu pastor


23


(22)

1 [Salmo de Davi.] O Senhor é o meu pastor, nada me falta.

2 Ele me faz descansar em verdes prados, a águas tranqüilas me conduz.

3 Restaura minhas forças, guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome.

4 Se eu tiver de andar por vale escuro, não temerei mal nenhum, pois comigo estás. O teu

bastão e teu cajado me dão segurança.

5 Diante de mim preparas uma mesa aos olhos de meus inimigos; unges com óleo minha

cabeça, meu cálice transborda.

6 Felicidade e graça vão me acompanhar todos os dias da minha vida e vou morar na casa do

Senhor por muitíssimos anos.


Do Senhor é a terra


24


(23)

1 [Salmo de Davi.] Do Senhor é a terra com o que ela contém, o universo e os que nele

habitam.

2 Pois foi ele que a estabeleceu sobre os mares e firmou-a sobre os rios.

3 Quem vai subir o monte do Senhor, quem vai ficar no seu santuário?

4 Quem tem mãos inocentes e coração puro, quem não corre atrás de vaidades, quem não jura

para enganar seu próximo.

5 Este alcançará do Senhor a bênção, e justiça de Deus seu salvador.

6 É esta a gente que o procura, que procura a face do Deus de Jacó.

7 Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da

glória.

8 Quem é este rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso no combate.

9 Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da

glória.

10 Quem é este rei da glória? O Senhor dos exércitos – é ele o rei da glória.


Mostra-me teus caminhos


25


(24)

1 [De Davi.] A ti, Senhor, elevo a minha alma,

2 meu Deus, em ti me refugio: que eu não fique decepcionado! Não triunfem sobre mim meus

inimigos!

3 Não fiquem desiludidos os que em ti esperam; fique confuso quem é infiel por um nada.

4 Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me tuas veredas.

5 Faz-me caminhar na tua verdade e instrui-me, porque és o Deus que me salva, e em ti

sempre esperei.

6 Lembra-te, Senhor, do teu amor, e da tua fidelidade desde sempre.

7 Não recordes os pecados da minha juventude, e as minhas transgressões; lembra-te de mim

na tua misericórdia, pela tua bondade, Senhor.

8 Bom e reto é o Senhor, por isso indica aos pecadores o caminho certo;

9 guia os humildes na sua justiça, aos pobres ensina seus caminhos.

10 Todas as veredas do Senhor são amor e verdade para quem observa sua aliança e seus

preceitos.

11 Por teu nome, Senhor, perdoa meu pecado, por maior que seja.

12 Qual é o homem que teme ao Senhor? Indica-lhe o caminho a seguir.

13 Ele viverá feliz, sua descendência possuirá a terra.

14 O Senhor se faz íntimo de quem o teme, dá-lhe a conhecer sua aliança.

15 Tenho os olhos fixos no Senhor, pois ele livra do laço o meu pé.

16 Volta-te para mim e tem misericórdia, porque sou só e infeliz.

17 Alivia as angústias do meu coração, livra-me das aflições.

18 Vê minha miséria e minha pena e perdoa todos os meus pecados.

19 Olha os meus inimigos: são tantos!E me detestam com ódio violento.

20 Protege-me, dá-me a salvação; sob tua proteção eu não fique desiludido.

21 Integridade e retidão me protejam, pois em ti confiei.

22 Ó Deus, livra Israel de toda a sua aflição.


Purifica meu coração


26


(25)

1 [De Davi.] Senhor, faze-me justiça, pois tenho caminhado na retidão; confio no Senhor, não

hei de vacilar.

2 Examina-me, Senhor, e põe-me à prova, purifica no fogo meu coração e minha mente.

3 Tua bondade está diante dos meus olhos e na tua verdade tenho caminhado.

4 Não estou na companhia dos homens falsos nem ando com gente mentirosa.

5 Odeio a aliança dos malvados, não fico no meio dos ímpios.

6 Lavo na inocência minhas mãos e rodeio o teu altar, Senhor,

7 para fazer ressoar vozes de louvor e para narrar todas as tuas maravilhas.

8 Senhor, gosto da casa onde moras e do lugar onde reside a tua glória.

9 Não me arrastes junto com os pecadores não destruas minha vida com os sanguinários,

10 pois nas mãos deles está a perfídia, sua mão direita está cheia de subornos.

11 Porém meu caminho é reto; resgata-me e tem misericórdia.

12 Meu pé se apoia em terra plana; nas assembléias bendirei ao Senhor.


O Senhor me acolhe


27


(26)

1 [De Davi.] O Senhor é minha luz e minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é quem

defende a minha vida; a quem temerei?

2 Quando me assaltam os malvados para devorar-me a carne, são eles, os adversários e

inimigos, que tropeçam e caem.

3 Se contra mim acampa um exército, meu coração não teme; se contra mim ferve o combate,

mesmo então tenho confiança.

4 Uma só coisa pedi ao Senhor, só isto desejo: poder morar na casa do Senhor todos os dias

da minha vida; poder gozar da suavidade do Senhor e contemplar seu santuário.

5 Ele me dá abrigo na sua tenda no dia da desgraça. Esconde-me em sua morada, sobre o

rochedo me eleva.

6 E agora levanto a cabeça sobre os inimigos que me rodeiam; imolarei na sua casa sacrifícios

de louvor, hinos de alegria cantarei ao Senhor.

7 Ouve, Senhor, a minha voz. Eu clamo, tem piedade de mim! Responde-me!

8 Meu coração se lembra de ti: “Buscai minha face”. Tua face, Senhor, eu busco.

9 Não me escondas teu rosto, não rejeites com ira o teu servo. És meu auxílio, não me deixes,

não me abandones, Deus meu salvador.

10 Ainda que pai e mãe me abandonem, o Senhor me acolhe.

11 Mostra-me, Senhor, o teu caminho, guia-me na senda reta por causa dos meus inimigos.

12 Não me exponhas à fúria dos meus adversários; contra mim se levantaram falsas

testemunhas que anseiam por violência.

13 Tenho certeza que vou contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos.

14 Espera no Senhor, sê forte, firme-se teu coração e espera no Senhor. 


Deus é a força do seu povo


28


(27)

1 [De Davi.] Senhor, a ti elevo a minha voz: não fiques em silêncio, meu Deus, pois se não

me falas, sou como quem desceu à sepultura.

2 Escuta a voz de minha súplica quando te peço ajuda, quando elevo as mãos para teu santo

templo.

3 Não me arrastes com os ímpios e com os que fazem o mal. Falam de paz com seu próximo,

mas têm o coração cheio de maldade.

4 Trata-os conforme suas obras e conforme a malícia de seus crimes. Dá-lhes a paga de suas

ações, retribui-lhes o salário devido.

5 Pois não atendem às obras do Senhor, nem a seus gestos. Destrói-os, não os edifiques!

6 Bendito seja o Senhor, que deu ouvido à voz de minha súplica.

7 O Senhor é minha força e meu escudo; pus nele a minha confiança; socorreu-me, por isso

exulta meu coração, com meu canto lhe dou graças.

8 O Senhor é a força do seu povo, refúgio de salvação para seu consagrado.

9 Salva teu povo e bendize tua herança, guia-os e sustenta-os para sempre.


O Senhor faz ouvir sua voz


29


(28)

1 [Salmo de Davi.] Dai ao Senhor, filhos de Deus, dai ao Senhor glória e poder.

2 Dai ao Senhor a glória do seu nome, adorai o Senhor na sua santa aparição.

3 Eis a voz do Senhor sobre as águas! O Deus glorioso troveja, o Senhor, sobre a imensidão

das águas.

4 A voz do Senhor se faz ouvir com força, com majestade se faz ouvir a voz do Senhor.

5 A voz do Senhor corta os cedros, o Senhor corta os cedros do Líbano.

6 Faz saltar como um bezerro o Líbano e o Sarion como um búfalo novo.

7 A voz do Senhor espalha chamas de fogo; 

8 a voz do Senhor sacode o deserto, o Senhor

sacode o deserto de Cades.

9 A voz do Senhor entorta os carvalhos e desnuda as florestas. E no seu templo todos dizem:

“Glória!”

10 O Senhor tem seu trono na tempestade, o Senhor se assenta como rei para sempre.

11 O Senhor dará força a seu povo, o Senhor abençoará seu povo com a paz.


A ti clamei e me curaste


30


(29)

1 [Ao maestro do coro. Cântico. Para a Dedicação do Templo. De Davi.]

2 Senhor, te exaltarei porque me livraste e não deixaste zombar de mim meus inimigos.

3 Senhor, meu Deus, a ti clamei e me curaste.

4 Senhor, tu me fizeste voltar do abismo, restituíste-me a vida para eu não descer à sepultura.

5 Cantai hinos ao Senhor, ó seus fiéis, rendei graças a sua santa memória;

6 porque sua ira dura um instante, a sua bondade, por toda a vida. Se de tarde sobrevém o

pranto de manhã vem a alegria.

7 Quando eu era feliz, eu disse: “Nada vai me fazer vacilar!”

8 Na tua bondade, Senhor, me fizeste mais firme que um monte; mas quando escondeste teu

rosto, eu fiquei conturbado.

9 A ti eu clamo, Senhor, a meu Deus peço socorro.

10 Que vantagem pode haver se eu morro, se desço à sepultura? O pó acaso poderá louvar-te

e proclamar tua fidelidade?

11 Atende, Senhor, tem piedade, Senhor, vem em meu auxílio.

12 Mudaste em dança meu lamento, minha veste de luto em roupa de festa.

13 para que meu coração cante sem cessar. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre.


Eu me entrego em tuas mãos


31


(30)

1 [Ao mestre do coro. Salmo de Davi.]

2 Em ti, Senhor, me refugiei, jamais eu fique desiludido; pela tua justiça salva-me!

3 Inclina para mim teu ouvido, vem depressa livrar-me. Sê para mim o rochedo que me

acolhe, refúgio seguro, para a minha salvação.

4 Pois tu és minha rocha e meu baluarte, pelo teu nome me diriges e me guias.

5 Livra-me do laço que me armaram, porque és minha força.

6 Nas tuas mãos entrego meu espírito; tu me resgatas, Senhor, Deus fiel,

7 Odeias os que seguem ídolos vãos; quanto a mim, é no Senhor que espero.

8 Possa eu alegrar-me e exultar por tua bondade, por teres olhado para minha miséria e

acudido às angústias da minha alma.

9 Não me entregaste nas mãos do inimigo, mas colocaste meus pés em lugar seguro.

10 Piedade de mim, Senhor, pois estou angustiado; definham de tristeza minha vista, o corpo

e a alma.

11 Pois minha vida se consome entre aflições e meus anos entre gemidos, decaiu pela miséria

minha força, meus ossos se consomem.

12 De meus adversários me tornei o opróbrio, alvo de zombaria para os vizinhos, de terror

para meus conhecidos: quem me vê pela rua, foge de mim.

13 Caí no esquecimento como um morto, sem vida; não sou mais que uma coisa inútil.

14 Pois ouvi, dominado pelo terror, o falar perverso de muitos; reuniram-se contra mim,

tramaram para acabar com minha vida.

15 Mas eu em ti espero, Senhor, repito: és tu o meu Deus.

16 Na tua mão está o meu destino; livra-me dos inimigos e dos que me perseguem.

17 Mostra a teu servo a tua face, salva-me na tua bondade.

18 Senhor, que eu não seja confundido depois de te invocar; confundidos sejam os ímpios, e

se calem no inferno.

19 Emudeçam as bocas mentirosas, que falam contra o justo com insolência, soberba e

desprezo.

20 Como é grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, que demonstras para os

que em ti buscam refúgio diante dos filhos dos homens.

21 Tu os defendes no abrigo da tua face, longe das intrigas dos homens; tu os ocultas como

numa tenda, longe das línguas maldosas.

22 Bendito seja o Senhor! Mostrou para comigo uma bondade admirável, como uma cidade

fortificada.

23 Na minha prostração eu dizia: “Fui expulso da tua presença”. Mas ouviste a voz da minha

súplica, quando clamei a ti.

24 Amai o Senhor, vós todos, seus servos devotos! O Senhor defende os seus fiéis, mas trata

com rigor os que agem com soberba.

25 Tende coragem e um coração firme, vós todos que esperais no Senhor.


Perdoaste o meu pecado


32


(31)

1 [Poema de Davi.] Feliz aquele cuja culpa foi cancelada e cujo pecado foi perdoado.

2 Feliz o homem a quem o Senhor não atribui nenhum delito e em cujo espírito não há

falsidade.

3 Enquanto eu me calava, meus ossos se consumiam, eu gemia o dia inteiro.

4 Pois dia e noite sobre mim pesava a tua mão, como pelo calor do verão ia secando o meu

vigor.

5 Revelei-te o meu pecado, o meu erro não escondi. Eu disse: “Confessarei ao Senhor as

minhas culpas”, e tu perdoaste a malícia do meu pecado.

6 Por isso a ti suplica todo fiel no tempo da angústia. Quando irrompem grandes águas não o

poderão atingir.

7 Tu és meu refúgio, me preservas do perigo, me envolves no júbilo da salvação.

8 “Eu te farei sábio, eu te indicarei o caminho a seguir; com os olhos sobre ti, te darei

conselho.

9 Não sejas como o cavalo ou o jumento sem inteligência; se avanças para dominá-los com

freio e rédea, de ti não se aproximam.”

10 Serão muitas as dores do ímpio, mas a graça envolve quem confia no Senhor.

11 Alegrai-vos no Senhor e exultai, ó justos, jubilai, vós todos, retos de coração.


Ele falou e tudo se fez


33


(32)

1 Exultai, justos, no Senhor, que merece o louvor dos que são bons.

2 Louvai o Senhor com a cítara, com a harpa de dez cordas cantai-lhe.

3 Cantai-lhe um cântico novo, tocai a cítara com arte, bradai.

4 Pois sincera é a palavra do Senhor e fiel toda a sua obra.

5 Ele ama o direito e a justiça, da sua bondade a terra está cheia.

6 Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, pelo sopro de sua boca tudo quanto os enfeita.

7 Como num dique recolheu as águas do mar, encerrou em comportas os oceanos.

8 Que toda a terra tema o Senhor, tremam diante dele todos os habitantes do mundo,

9 pois ele falou e tudo se fez, ordenou e tudo começou a existir.

10 O Senhor anula os desígnios das nações, frustra os projetos dos povos.

11 Mas o plano do Senhor é estável para sempre, os pensamentos do seu coração por todas as

gerações.

12 Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que escolheu para si como herança.

13 Do céu o Senhor está olhando, ele vê a humanidade inteira.

14 Do lugar onde mora observa todos os habitantes da terra.

15 Foi ele que lhes formou o coração, ele compreende tudo o que fazem.

16 O rei não se salva por um forte exército nem o herói por seu grande vigor.

17 O cavalo não ajuda a vencer, com toda a sua força não poderá salvar.

18 O olhar do Senhor vigia sobre quem o teme, sobre quem espera na sua graça,

19 para livrá-lo da morte e nutri-lo no tempo da fome.

20 Nossa alma espera pelo Senhor, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo.

21 Nele se alegra o nosso coração e confiamos no seu santo nome.

22 Senhor, esteja sobre nós a tua graça, do modo como em ti esperamos.


Vede como é bom o Senhor


34


(33)

1 [De Davi, quando fingiu-se de doido diante de Abimelec e, expulso por ele, partiu.]

2 Bendirei o Senhor em todo tempo, seu louvor estará sempre na minha boca.

3 Eu me glorio no Senhor, ouçam os humildes e se alegrem.

4 Celebrai comigo o Senhor, exaltemos juntos o seu nome.

5 Busquei o Senhor e ele respondeu-me e de todo temor me livrou.

6 Olhai para ele e ficareis radiantes, vossas faces não ficarão envergonhadas.

7 Este pobre pediu socorro e o Senhor o ouviu, livrou-o de suas angústias todas.

8 O anjo do Senhor se acampa em volta dos que o temem e os salva.

9 Provai e vede como é bom o Senhor; feliz o homem que nele se abriga.

10 Temei o Senhor, santos seus, nada falta a quem o teme.

11 Os ricos empobrecem e passam fome, mas a quem busca o Senhor nada falta.

12 Vinde, filhos, escutai-me: eu vos ensinarei a temer o Senhor.

13 Quem é que deseja a vida e anseia por longos dias para saborear o bem?

14 Preserva tua língua do mal, e teus lábios de palavras mentirosas.

15 Evita o mal e faze o bem, busca a paz sem desistir.

16 Os olhos do Senhor estão voltados para os justos, seus ouvidos estão atentos a seu grito

de socorro.

17 O Senhor afasta dos maus o seu rosto, para cancelar da terra a lembrança deles.

18 Os justos clamam e o Senhor os ouve, salva-os de todos os perigos.

19 O Senhor está perto de quem tem o coração ferido, salva os ânimos abatidos.

20 Muitas são as desventuras do justo, mas de todas o Senhor o livra.

21 O Senhor preserva todos os seus ossos, nem um só se quebrará.

22 A malícia mata o ímpio e quem odeia o justo será punido.

23 O Senhor resgata a vida de seus servos, quem nele se refugia não será condenado.


Não fiques longe de mim!


35


(34)

1 [De Davi.] Senhor, julga quem me acusa, ataca os que me atacam.

2 Empunha o escudo e a couraça e corre em meu auxílio.

3 Vibra a lança e o machado contra os que me perseguem. Dize à minha alma: “Sou eu tua

salvação”.

4 Sejam confundidos e cobertos de vergonha os que ameaçam a minha vida; volte para trás e

sinta vergonha quem planeja minha ruína.

5 Sejam como a palha ante o vento, quando o anjo do Senhor os expulsar.

6 Seja escura e perigosa a sua estrada, quando o anjo do Senhor os perseguir.

7 Pois sem motivo me armaram seu laço, sem motivo cavaram-me um fosso.

8 Venha sobre eles de repente a ruína, e a rede que armaram, prenda a eles mesmos; sejam

votados à perdição.

9 Mas a minha alma se alegre no Senhor, exulte com a sua salvação.

10 Digam todos os meus ossos: “Senhor, quem é semelhante a ti, que livras do mais forte o

indefeso, o pobre e o desvalido, de quem o explora?”

11 Levantam-se testemunhas mentirosas, querem saber de mim o que não sei.

12 Pagam-me o bem com o mal, desolação para a minha alma.

13 Eu, porém, quando eles adoeciam, vestia-me de saco, mortificava-me com o jejum, e

minha súplica voltava ao meu íntimo.

14 Como por um amigo, ou por um irmão, andei chorando, como quem está de luto pela mãe,

entreguei-me à tristeza.

15 Mas agora que estou sofrendo, eles se alegram e se reúnem, reúnem-se contra mim para

ferir-me sem que eu saiba.

16 Zombam de mim sem parar, atacam-me, riem de mim, rangem os dentes contra mim.

17 Senhor, até quando ficarás olhando? livra minha alma das feras que rugem, livra dos leões

minha única vida!

18 Eu te darei graças na grande assembléia e te louvarei no meio de muita gente.

19 Não riam de mim meus inimigos injustos, nem pisquem os olhos os que me odeiam sem

razão.

20 Pois eles não falam de paz, mas contra os mais mansos da terra tramam intrigas.

21 E contra mim escancaram a boca e dizem: “Ah! Ah! vimos com nossos olhos!”

22 Viste, Senhor, não fiques mudo! Senhor, não fiques longe de mim!

23 Desperta e levanta-te para defender-me, meu Deus e Senhor, para me proteger.

24 Defende-me, Senhor, segundo a tua justiça, meu Senhor e meu Deus, não se riam de mim.

25 Que não possam dizer entre si: “Ah! Ah! é isto que queremos!” nem digam: “Nós o

devoramos”.

26 Fiquem confusos e cobertos de ignomínia os que se alegram com meus males, sejam

envoltos em confusão e opróbrio os que se erguem contra mim com soberba.

27 Exultem e se alegrem os que defendem minha justa causa, e possam dizer sempre: “Seja

louvado o Senhor, que zela pela segurança do seu servo”.

28 E a minha língua proclamará a tua justiça, e o teu louvor todo dia!


Em ti está a fonte da vida


36


(35)

1 [Ao maestro do coro. De Davi, servo do Senhor.]

2 No coração do ímpio fala o pecado, temor a Deus não existe para ele.

3 Pois ilude-se consigo mesmo em procurar sua culpa e detestá-la.

4 Suas palavras são maldade e engano, deixou de entender e de fazer o bem.

5 Trama no seu leito a maldade, obstina-se no caminho que não serve, não quer rejeitar o mal.

6 Senhor, tua bondade chega até o céu, tua fidelidade até as nuvens;

7 tua justiça é como os montes mais altos, teus juízos como o grande abismo: tu salvas

homens e animais, Senhor.

8 Como é preciosa a tua graça, ó Deus! Os homens se refugiam à sombra das tuas asas.

9 Saciam-se da abundância da tua casa, da torrente das tuas delícias lhes dás de beber.

10 Pois em ti está a fonte da vida e à tua luz vemos a luz.

11 Concede sempre a tua graça a quem te conhece, e a tua justiça aos retos de coração.

12 Não deixes que me alcance o pé dos soberbos, não me faça fugir a mão dos ímpios.

13 Caíram os que cometem o pecado, abatidos, não podem reerguer-se.


Entrega ao Senhor o teu futuro


37


(36)

1 [De Davi.]Não te irrites por causa dos maus nem invejes os malfeitores.

2 Pois como o capim vão ser logo cortados, e como o mato verde vão secar.

3 Espera no Senhor e faze o bem: assim permanecerás na terra e terás segurança.

4 Põe no Senhor tuas delícias e ele te dará o que teu coração pede.

5 Entrega ao Senhor o teu futuro, espera nele, que ele vai agir.

6 Fará brilhar como luz tua justiça e o teu direito como o meio-dia.

7 Descansa no Senhor e nele espera. Não te irrites por causa dos que prosperam, por causa do

homem intrigante.

8 Desiste da ira, depõe o furor, não te irrites, só iria piorar.

9 Pois quem faz o mal será exterminado, mas quem espera no Senhor possuirá a terra.

10 Daqui a pouco não existirá o ímpio; se olhares para seu lugar, não o encontrarás.

11 Mas os humildes herdarão a terra, vão se alegrar com uma paz imensa.

12 O ímpio trama contra o justo e range os dentes contra ele,

13 mas o Senhor se ri do ímpio, pois sabe que está chegando o seu dia.

14 Os maus puxam a espada e retesam o arco, para atingir o humilde e o pobre, para matar os

retos de coração.

15 Sua espada vai penetrar no seu próprio coração, seu arco será quebrado.

16 Mais vale o pouco que tem o justo do que a abundância dos ímpios.

17 Pois os braços dos ímpios se quebrarão, mas o Senhor é quem sustenta os justos.

18 O Senhor conhece os dias dos inocentes, eterna será sua herança.

19 No tempo da calamidade não serão confundidos, nos dias de fome serão saciados.

20 Os ímpios morrerão, os inimigos do Senhor como as flores do campo vão murchar, e

desaparecer como fumaça.

21 O ímpio toma emprestado e não devolve, mas o justo tem piedade e doa.

22 Pois quem tem a bênção de Deus possuirá a terra, quem é por ele maldito será

exterminado.

23 O Senhor firma os passos do homem, sustenta aquele cujo caminho lhe agrada.

24 Se ele cair, não ficará prostrado, pois o Senhor segura sua mão.

25 Fui criança e agora estou velho: nunca vi um justo abandonado nem um descendente seu

pedindo pão.

26 Sempre se compadece e empresta, e sua posteridade vive abençoada.

27 Foge do mal e faze o bem, para viveres para sempre.

28 Pois o Senhor ama a justiça, não abandona seus devotos. Os maus serão destruídos para

sempre, a sua descendência, eliminada.

29 Os justos possuirão a terra, e nela para sempre vão morar.

30 A boca do justo profere a sabedoria, sua língua fala justiça.

31 A lei do seu Deus está no seu coração, seus pés não vacilam.

32 O malvado espreita o justo, busca um modo de o matar.

33 O Senhor não abandona o justo na mão do ímpio, não deixará que ele seja condenado no

julgamento.

34 Espera no Senhor e observa seu caminho. Ele te exaltará, para herdares a terra e assistires

com alegria a exclusão dos ímpios.

35 Eu vi o ímpio em sua arrogância crescendo como um cedro frondoso.

36 Passei depois e não estava mais lá, procurei-o e não o encontrei.

37 Observa o justo e vê o homem reto, pois o homem de paz tem futuro.

38 Mas os rebeldes todos serão destruídos, a posteridade dos maus será exterminada.

39 A salvação dos justos vem do Senhor, é ele seu refúgio no tempo da desgraça.

40 O Senhor os ajuda e os livra, livra-os dos ímpios e os salva, pois nele buscaram refúgio.


Senhor, não me abandones!


38


(37)

1 [Salmo de Davi. Para a comemoração.]

2 Senhor, não me castigues no teu furor, não queiras punir-me em tua ira.

3 Tuas flechas me atravessaram, sobre mim pesa tua mão.

4 Pelo teu furor, nada em mim é são, nada intacto nos meus ossos, por causa do meu pecado.

5 Minhas culpas superaram minha cabeça, como carga pesada me oprimem.

6 Pútridas e fétidas são minhas chagas por causa da minha loucura

7 Ando curvado e abatido, triste passo o dia inteiro.

8 Meus rins estão ardendo, em mim nada há de sadio.

9 Aflito e acabado em extremo, sinto vergonha pelo frêmito do meu peito.

10 Senhor, diante de ti está todo o meu desejo e meu gemido a ti não é oculto.

11 Meu coração palpita, a força me abandona, apaga-se a luz dos meus olhos.

12 Amigos e companheiros fogem à vista de minhas chagas, meus vizinhos se mantêm a

distância.

13 Armam laços os que tramam contra minha vida, planeja insídias quem busca minha ruína

e o dia todo prepara fraudes.

14 Eu, como um surdo, não escuto, como um mudo não abro a boca;

15 sou como quem não ouve nem responde.

16 Em ti espero, Senhor, tu me responderás, Senhor meu Deus.

17 Eu disse: “Não zombem de mim, contra mim não se ensoberbeçam, quando meu pé

vacila”.

18 Pois estou para cair e tenho sempre ante os olhos minha pena.

19 confesso minha culpa, meu pecado me provoca ânsias.

20 Meus inimigos são vivos e fortes, são muitos os que me odeiam sem motivo,

21 pagam-me o bem com o mal, acusam-me porque procuro o bem.

22 Não me abandones, Senhor, meu Deus, não fiques longe de mim;

23 vem depressa em meu auxílio, Senhor, minha salvação.


O homem é um sopro


39


(38)

1 [Ao maestro do coro. Para Iditun. Salmo de Davi.]

2 Eu resolvi: “Vou controlar meus caminhos para não pecar com a língua; vou pôr um freio à

minha boca, enquanto o malvado estiver à minha frente”.

3 Conservei-me mudo, em silêncio; calei-me, mas sem resultado. Sua sorte exasperou minha

dor.

4 Ardia meu coração dentro de mim: enquanto suspirava, acendia-se um fogo.Então falei com

minha língua:

5 “Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim, qual seja a extensão de meus dias. Quero saber

como sou frágil.

6 Vê: em poucos palmos fixaste meus dias, e a duração da minha vida é um nada à tua frente.

Como um sopro é todo ser humano!

7 Como sombra que se desfaz é todo mortal! Agita-se por um nada, acumula riquezas e não

sabe quem as terá como herança”.

8 E agora, que posso esperar, Senhor? Em ti está minha esperança.

9 Livra-me de todas as minhas culpas; não faças de mim um ludíbrio para o insensato.

10 Calo-me, não abro a boca, pois és tu que o fizeste.

11 Afasta de mim teu castigo, pela força de tua mão estou no fim.

12 Castigando o erro corriges o homem, como a traça corróis tudo o que lhe é caro. Sim,

como um sopro é todo ser humano.

13 Escuta minha prece, Senhor, e presta ouvidos a meu grito; diante de minhas lágrimas não

fiques surdo. Pois sou diante de ti um peregrino, um forasteiro como todos os meus pais.

14 Afasta de mim teu olhar para que eu tenha alívio, antes que eu me vá e não exista mais.


O Senhor cuida de mim


40


(39)

1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.]

2 Esperei firmemente no Senhor e ele se inclinou para mim, atendendo a minha súplica.

3 Tirou-me da fossa da morte, do barro do pântano, colocou meus pés sobre a rocha, deu

segurança a meus passos.

4 Fez-me cantar um canto novo, um louvor ao nosso Deus. Muitos vão ver e temer, e

confiarão no Senhor.

5 Feliz o homem que põe no Senhor sua esperança e não se volta para os soberbos, nem para

os que seguem a mentira.

6 Quantos prodígios fizeste, Senhor, meu Deus, quantos projetos em nosso favor! Ninguém a

ti se compara. Se eu os quisesse anunciar e proclamar, demasiados são para serem contados.

7 Não quiseste sacrifício nem oferta, mas abriste meus ouvidos. Não pediste holocausto nem

vítima pela culpa.

8 Então eu disse: “Eis que venho. No rolo do livro está escrito a meu respeito

9 que eu cumpra tua vontade. Meu Deus, é isto que desejo, tua lei está no fundo do meu

coração”.

10 Anunciei com alegria a tua justiça na grande assembléia; vê, não conservei fechada minha

boca, Senhor, tu o sabes.

11 Não ocultei tua justiça no fundo do coração, proclamei tua fidelidade e tua salvação. Não

escondi tua graça e tua fidelidade à grande assembléia.

12 Senhor, não me recuses tua misericórdia; tua fidelidade e tua graça me protejam sempre,

13 pois me rodeiam males sem número, minhas culpas me oprimem e não posso mais ver. São

mais que os cabelos da minha cabeça; meu coração desfalece.

14 Digna-te, Senhor, livrar-me; vem depressa, Senhor, em meu auxílio.

15 Fiquem confusos e envergonhados os que buscam tirar-me a vida; caiam para trás e fiquem

cobertos de ignomínia os que se alegram com minha ruína.

16 Fiquem mudos, cobertos de vergonha, os que zombam de mim.

17 Exultem e se alegrem em ti todos os que te buscam; digam sempre: “O Senhor é grande”

os que desejam a tua salvação.

18 Eu porém sou pobre e infeliz; o Senhor cuida de mim. Tu és meu auxílio e meu libertador,

meu Deus, não demores.


Senhor, levanta-me!


41


(40)

1 [Ao maestro do coro. Salmo de Davi.]

2 Feliz o homem que cuida do fraco, no dia da desgraça o Senhor o libertará.

3 Velará sobre ele o Senhor, e o fará viver feliz sobre a terra, não o entregará nas mãos dos

inimigos.

4 O Senhor o sustentará no leito da dor; lhe dará alívio na sua doença.

5 Eu disse: “Piedade de mim, Senhor; cura-me, pequei contra ti”.

6 Os inimigos me desejam o mal: “Quando é que vai morrer e ser cancelado o seu nome?”

7 Quem vem visitar-me diz mentira, seu coração acumula maldade e saindo fora fala mal.

8 Juntos murmuram contra mim meus inimigos, prevendo o mal para mim:

9 “Uma doença ruim caiu sobre ele, de onde está deitado não vai levantar-se”.

10 Até o amigo em que eu confiava, também aquele que comia do meu pão, levanta contra

mim seu calcanhar.

11 Mas tu, Senhor, tem piedade e levanta-me, para que eu lhes possa retribuir.

12 Nisso reconhecerei que me amas: se não triunfa de mim meu inimigo.

13 Pela minha integridade me sustentas, e me fazes ficar na tua presença para sempre.

14 Seja bendito o Senhor, Deus de Israel, desde sempre e para sempre. Amém, amém.

LIVRO II (SALMOS 42-72)


A minha alma tem sede de Deus


42


(41)

1 [Ao maestro do coro. Poema. Dos filhos de Coré.]

2 Como a corça deseja as águas correntes, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus.

3 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando hei de ir ver a face de Deus?

4 As lágrimas são meu pão dia e noite, enquanto me repetem o dia inteiro:“Onde está teu

Deus?”

5 Disto me lembro e meu coração se aflige: quando eu passava junto à tenda admirável, rumo

à casa de Deus, entre cantos de alegria e de louvor de uma multidão em festa.

6 Por que estás triste, minh’alma? por que gemes dentro de mim? Espera em Deus, ainda

poderei louvá-lo, a ele, que é a salvação do meu rosto e meu Deus.

7 Em mim se abate a minha alma; por isso de ti me recordo na terra do Jordão e do Hermon,

no monte Misar.

8 Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas cascatas; as tuas vagas e ondas todas

passaram sobre mim.

9 De dia o Senhor me dá sua graça, de noite elevo a ele meu canto, minha prece ao Deus da

minha vida.

10 Digo a Deus, minha defesa: “Por que me esqueceste? Por que ando triste, oprimido pelo

inimigo?”

11 Pelo insulto dos meus adversários estão quebrados meus ossos; enquanto me repetem o dia

inteiro: “Onde está teu Deus?”

12 Por que estás triste, minha alma? por que gemes dentro de mim? Espera em Deus, ainda

poderei louvá-lo, a ele, que é a salvação do meu rosto, o meu Deus.


Deus é a minha alegria


43


(42)

1 Faze-me justiça, ó Deus, defende minha causa contra gente infiel; livra-me de quem é

mentiroso e enganador.

2 Pois tu és, ó Deus, a minha fortaleza; por que me rejeitas? Por que ando triste, oprimido

pelo inimigo?

3 Envia tua luz e tua fidelidade: que elas me guiem, me conduzam ao teu monte santo, à tua

morada.

4 Irei ao altar de Deus, ao Deus que é minha alegria e meu júbilo, e te darei graças na cítara,

Deus, meu Deus.

5 Por que estás triste, minha alma? por que gemes dentro de mim? Espera em Deus, ainda

poderei louvá-lo, a ele, que é a salvação do meu rosto e meu Deus.


Senhor, socorre nosso povo!


44


(43)

1 [Ao maestro do coro. Poema dos filhos de Coré.]

2 Deus, ouvimos com nossos ouvidos, os nossos pais nos contaram os feitos que realizaste

nos tempos deles, nos tempos antigos, com tua mão!

3 Expulsaste nações para estabelecê-los; afligiste povos para dilatá-los.

4 Pois não foi com a espada que tomaram a terra nem foi o braço deles que lhes deu a vitória.

Mas foi tua mão direita, teu braço, e o esplendor do teu rosto, porque os amavas.

5 Eras tu, meu rei e meu Deus, que comandavas as vitórias de Jacó.

6 Contigo enfrentávamos nossos inimigos, com o teu nome pisávamos nossos adversários.

7 De fato, eu não confio no meu arco e não é minha espada que me salva.

8 Mas tu nos salvaste dos nossos inimigos, humilhaste os que nos odiavam.

9 Em Deus nos gloriávamos todo dia, e teu nome louvávamos para sempre.

10 Porém nos rejeitaste, cobrindo-nos de vergonha, não sais mais à frente das nossas fileiras;

11 fizeste-nos recuar diante do inimigo, e os que nos odeiam se enriqueceram de despojos.

12 Fizeste de nós ovelhas a serem devoradas e nos dispersaste no meio das nações.

13 Vendeste teu povo por um nada, e nada lucraste com a venda deles.

14 Fizeste de nós um ludíbrio para nossos vizinhos, objeto de zombaria e desdém para os que

nos rodeiam.

15 Fizeste de nós uma fábula no meio das nações, um motivo de se menear a cabeça entre os

povos.

16 Minha vergonha está o dia todo à minha frente, meu rosto se cobre de rubor

17 ao ouvir aquele que ultraja e insulta, à vista do inimigo e do vingador.

18 Tudo isso nos aconteceu, sem que nos tenhamos esquecido de ti nem traído tua aliança.

19 Nosso coração não voltou para trás, nem nossos passos se desviaram do teu caminho.

20 Tu nos humilhaste num lugar de chacais, e estendeste sobre nós a sombra da morte.

21 Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Deus e erguido as mãos para um deus

estrangeiro,

22 não teria Deus descoberto o fato, já que Ele conhece os segredos do coração?

23 Sim, por tua causa somos levados à morte todo dia, tratados como ovelhas para o

matadouro.

24 Levanta-te, por que dormes, Senhor? Desperta, não nos rejeites para sempre.

25 Por que escondes teu rosto e não te preocupas com nossa miséria e aflição?

26 Sim, nossa alma está prostrada ao pó, à terra está colado o nosso ventre.

27 Surge em nosso socorro; resgata-nos pela tua misericórdia.


Para sempre Deus te abençoou


45


(44)

1 [Ao maestro do coro. Conforme a Na melodia “Os lírios”. Maskil. Dos filhos de Coré.

Cântico de amor.]

2 Do meu coração nasce um lindo poema, vou cantar meus versos para o rei. Minha língua é

como a pena de um escritor veloz.

3 Tu és o mais belo dos homens, nos teus lábios se espalha a graça, por isso Deus te abençoou

para sempre.

4 Herói, põe a espada no teu cinto, no esplendor da tua majestade,

5 avança, sobe ao carro em defesa da verdade, da mansidão e da justiça. Tua mão direita te

ensine prodígios;

6 tuas flechas agudas vão acertar o coração dos teus inimigos; a teus pés vão cair os povos.

7 – O teu trono, ó Deus, dura para sempre, é cetro justo o cetro do teu reinado. –

8 Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te consagrou com óleo de

alegria, de preferência a teus iguais.

9 Tuas vestes têm o perfume de mirra, aloé e cássia, dos palácios de marfim te alegra o som

das cítaras.

10 Filhas de reis estão entre as tuas prediletas; a rainha está à tua direita, vestida com ouro de

Ofir.

11 – “Ouve, filha, inclina o ouvido, esquece teu povo e a casa de teu pai;

12 que agrade ao rei a tua beleza. Ele é teu senhor: curva-te diante dele.” –

13 De Tiro vêm trazendo presentes, os mais ricos do povo procuram teu favor.

14 Entra com todo esplendor a filha do rei, tecido de ouro é seu vestido;

15 é apresentada ao rei com preciosos bordados, com ela as damas de honra a ti são

conduzidas;

16 guiadas em alegria e exultação, entram juntas no palácio real.

17 A teus pais sucederão teus filhos; deles farás príncipes por toda a terra.

18 Farei recordar teu nome por todas as gerações, por isso os povos te louvarão para todo

sempre.


Deus protege a cidade


46


(45)

1 [Ao maestro do coro. Cântico dos filhos de Coré. Para soprano.]

2 Deus é para nós refúgio e força, defensor poderoso no perigo.

3 Por isso não temos medo se a terra treme, se os montes desmoronam no fundo do mar.

4 Que se agitem espumando as suas águas, tremam os montes pelo seu furor.

5 Um rio com seus canais alegra a cidade de Deus, a santa morada do Altissimo.

6 Nela Deus está: não poderá vacilar, Deus vai socorrê-la, antes que amanheça.

7 As nações se amotinaram, os reinos se abalaram; ele trovejou, a terra se dissolve.

8 O Senhor dos exércitos está conosco, nosso refúgio é o Deus de Jacó.

9 Vinde e vede as obras do Senhor, ele fez prodígios sobre a terra.

10 Acabará com as guerras até nos confins da terra, quebrará os arcos e partirá as lanças,

queimará no fogo os carros de guerra.

11 “Parai! Sabei que eu sou Deus, excelso entre as nações, excelso sobre a terra.”

12 O Senhor dos Exércitos está conosco, nosso refúgio é o Deus de Jacó.


Deus reina sobre os povos


47


(46)

1 [Ao maestro do coro. Salmo dos filhos de Coré.]

2 Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com vozes alegres.

3 Porque terrível é o Senhor, o Altíssimo, grande rei sobre a terra inteira.

4 Ele sujeitou a nós os povos, pôs as nações sob nossos pés.

5 Escolheu para nós a nossa herança, orgulho de Jacó, seu predileto.

6 Deus subiu por entre aclamações o Senhor ao som da trombeta.

7 Cantai hinos a Deus, cantai hinos; cantai hinos ao nosso rei, cantai hinos;

8 porque Deus é rei de toda a terra, cantai hinos com arte.

9 Deus reina sobre os povos, Deus sentou-se no seu trono santo.

10 Os chefes dos povos se reuniram com o povo do Deus de Abraão, porque a Deus

pertencem os que governam a terra: é ele o Altíssimo.


Deus é nossa fortaleza


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(47)

1 [Cântico. Salmo dos filhos de Coré.]

2 Grande é o Senhor e digno de todo louvor na cidade do nosso Deus. O seu monte santo, que

se eleva na sua beleza,

3 é a alegria de toda a terra. O monte Sião, no extremo norte, é a cidade do grande rei.

4 Deus nos seus palácios apareceu como fortaleza invencível.

5 Eis que os reis se aliaram, juntos avançaram.

6 Mas logo que viram, atônitos e cheios de pânico, fugiram.

7 Lá o terror os dominou, dores como de quem dá à luz;

8 semelhante ao vento oriental que destrói os navios de Társis.

9 Como ouvíramos, assim vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na cidade do nosso Deus;

Deus fundou-a para sempre.

10 Recordamos, ó Deus, o teu amor no interior do teu templo.

11 Como o teu nome, ó Deus, assim teu louvor se estende até os confins da terra; está cheia de

justiça a tua mão direita.

12 Alegre-se o monte de Sião, exultem as cidades de Judá por causa dos teus julgamentos.

13 Rodeai Sião, girai em torno dela, contai suas torres.

14 Contemplai suas muralhas, passai em revista suas fortalezas, para narrar às gerações

futuras:

15 Este é Deus, nosso Deus, para todo sempre: é ele que nos guia.


Deus é minha riqueza


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(48)

1 [Ao maestro do coro. Salmo dos filhos de Coré.]

2 Ouvi isto, povos todos, prestai ouvidos, habitantes do mundo,

3 nobres e gente simples, ricos e pobres igualmente.

4 Minha boca fala a sabedoria, meu coração medita a inteligência;

5 darei ouvidos a um provérbio, na cítara explicarei o meu enigma.

6 Por que ter medo nos dias tristes, quando me rodeia a maldade dos maus?

7 Eles confiam na sua força e se orgulham da sua grande riqueza.

8 Ninguém pode resgatar a si mesmo, ou dar a Deus o seu preço.

9 Por mais que se pague o resgate de uma vida, jamais poderá bastar

10 para viver sem fim e não ver o túmulo.

11 Verá morrer os sábios; o louco e o insensato morrerão juntos, deixando a outros suas

riquezas.

12 O sepulcro será sua casa para sempre, sua morada por todas as gerações, no entanto deram

seu nome à terra.

13 Mas o homem na prosperidade não compreende, é como os animais que perecem.

14 Esta é a sorte de quem confia em si mesmo, o futuro de quem se compraz nas suas

palavras.

15 Como ovelhas, são levados ao lugar dos mortos, descerão empurrados ao sepulcro, todo

seu orgulho vai acabar, a mansão dos mortos será sua morada.

16 Mas Deus vai resgatar-me, vai livrar-me do poder do Abismo.

17 Não te preocupes se vires alguém enriquecer-se e se aumenta a glória da sua casa.

18 Quando morrer, nada leva consigo, nem desce com ele a sua glória.

19 Na sua vida se dizia felizardo: “Vão te louvar, teus negócios vão bem”.

20 Mas vai juntar-se à geração de seus pais que nunca mais verão a luz.

21 O homem na prosperidade não compreende, é como os animais que perecem.


Aceita, Senhor, nossa oferta!


50


(49)

1 [Salmo de Asaf.]

Fala o Senhor, o Deus dos deuses, ele convoca a terra do nascer ao pôr-do-sol.

2 De Sião, beleza perfeita, Deus brilha,

3 chega o nosso Deus e não se calará. Diante dele há um fogo devorador, e ao seu redor,

tempestade furiosa.

4 Chama do alto os céus e a terra, pois vai julgar seu povo:

5 “Congregai à minha frente meus fiéis, que celebraram comigo a aliança no sacrifício!”

6 E os céus anunciam a sua justiça, pois Deus vai julgar.

7 “Ouve, meu povo, deixa-me falar, Israel, vou testemunhar contra ti: Eu sou Deus, o teu

Deus.

8 Não vou censurar-te por teus sacrifícios, pois teus holocaustos estão sempre à minha frente.

9 Não aceito bezerros de tua casa nem cabritos de teus rebanhos.

10 Pois são minhas todas as feras da floresta, e também os animais dos montes, aos milhares;

11 conheço todas as aves do céu e possuo tudo o que se move nos campos.

12 Se eu tivesse fome, não iria falar contigo, pois é meu todo o universo e o que nele existe.

13 Por acaso comerei carne de touros ou beberei sangue de cabritos?

14 Oferece a Deus o sacrifício de louvor e cumpre tuas promessas ao Altíssimo.

15 Invoca-me no dia da angústia, e eu te livrarei e tu me honrarás.”

16 Porém ao ímpio Deus diz: “Por que te preocupas em repetir meus preceitos e recitar minha

aliança com a boca,

17 sendo que odeias a disciplina e desprezas minhas palavras?

18 Quando vês um ladrão, andas com ele, e tomas parte com os adúlteros.

19 Abres a boca para o mal, e tua língua trama a falsidade.

20 Sentado falas contra o teu irmão, cobres de calúnia o filho de tua mãe.

21 É isto que fizeste, e eu me calaria? Pensas que eu sou como tu? Eu te acuso e te lanço tudo

em face.

22 Compreendei isto, vós que vos esqueceis de Deus! para que eu não vos castigue, sem que

ninguém vos possa livrar!

23 Quem me oferece o sacrifício de louvor, me honra, e a quem caminha retamente farei

experimentar a salvação de Deus”.